Mais
de cem horas após o acidente aéreo que resultou na morte de Eduardo Campos e de
mais seis pessoas, o corpo do ex-governador de Pernambuco foi enterrado há
pouco ao lado do avô, Miguel Arraes, no Cemitério de Santo Amaro, em uma
sepultura simples, sem luxo, rodeada apenas de flores e placas de mármore com
identificação. Fogos de artifício e gritos de “Eduardo, guerreiro do povo
brasileiro” marcaram o momento em que o túmulo foi fechado.
Nas ruas, nos
bancos, nas calçadas em cima dos jazigos – alguns seculares de mármore –, cada
metro do Cemitério Santo Amaro foi disputado pelos admiradores do ex-governador
na chegada do caixão com os restos mortais do político ao local. As vias
próximas ao cemitério estavam cheias de ônibus com caravanas de várias cidades
do estado.
“Viemos prestar nossa solidariedade e agradecer tudo de bom que
ele fez pela gente”, disse
Mikaela Kalina, de 26 anos, que saiu da cidade de Ribeirão, a aproximadamente
100 quilômetro do Recife. Com ela, mais 300 pessoas foram ao Recife na caravana
de oito ônibus.
Próximo à cova,
apenas a familia e amigos. Houve chuva de flores. O último adeus ao pai, irmão,
filho, tio, neto, sobrinho foi observado atentamente pela multidão, que gritava
pedindo justiça e que as causas do acidente sejam esclarecidas.
A
esposa, Renata Campos, quatro dos cinco filhos do casal, a mãe, Ana Arraes, que
estiveram ao lado do caixão desde a madruga quando foi trazido de São Paulo, e
o irmão, Antônio Campos estavam entre os mais emocionados.
O auxiliar de
serviços gerais José Fernando de Souza, que há mais de 40 anos trabalha no
cemitério, disse que nunca tinha presenciado movimentação tão intensa em um
sepultamento.
Desde a última
quarta-feira, dia do acidente, o cemitério passou por reparos para abrigar o
ex-governador. Ao longo do percurso feito pelo cortejo fúnebre, centenas de
coroas de flores enfeitaram as calçadas e ajudavam a confortar a dor da família
pela perda inesperada.
Com o sepultamento
do maior nome do partido, o PSB agora buscará unidade em torno do nome de Marina
Silva para prosseguir a disputa pela Presidência da República.
Segundo a Polícia
Militar, 150 mil pessoas passaram pelo velório de Campos, na sede do governo de
Pernambuco.
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