Folha revela Dinastia na “República” proclamada pelos comunistas do MA

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O antisarneyzismo maranhense revela ter sido apenas um artifício para ludibriar o eleitorado e, assim, vencer as eleições de 2014. A recente declaração do secretário mais influente da corte, senhor Márcio Jerry Saraiva Barroso (Articulação Política), de que o governo estaria “extinguindo os privilégios” também não prima pela veracidade, já que há muitos privilegiados nomeados em cargos públicos, cujo critério foi o grau de parentesco ou mera colegagem.

A prática do compadrio era uma das mais condenadas pelo governador do Estado, Flávio Dino (PCdo), em campanha eleitoral. No entanto, o que se percebe em sua gestão é somente uma reprodução ainda mais provinciana das velhas práticas dos coronéis: esposas, namoradas, filhos de sócios e outros agregados.
Há também “blogs” e aqueles que não são parentes, mas que atuam como “fakes” nas redes sociais, apenas para achincalhar os adversários do governador, agora ocupando cargos de relevância no governo do Estado. Não estranhem se alguma madrinha de Dino na infância aparecer nomeada no Diário Oficial. O garoto dava muito trabalho.
Leia a matéria do jornal Folha de São Paulo:
Principal adversário da família Sarney no Maranhão, o governador do Estado, Flávio Dino (PC do B), abriga em postos importantes parentes, namorada e até sócio de aliados.
A prática não configura nepotismo, já que os nomeados não atuam nos mesmos órgãos que os auxiliares aos quais são ligados. Mesmo assim, vem rendendo críticas a Dino, que condenava o nepotismo no governo dos Sarney.
O secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, tem a namorada chefiando o gabinete do governador e a irmã dela como número dois da pasta de Esporte e Lazer.
A professora Joslene da Silva Rodrigues, namorada de Jerry, é dirigente do PC do B e próxima de Dino. Atuou na coordenação das campanhas e em seu gabinete quando ele foi deputado federal.
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A irmã dela, Joslea, foi nomeada secretária-adjunta de Esporte. Ex-judoca, chefiou o departamento do idoso da pasta entre 2009 e 2013, no governo Roseana Sarney (PMDB), e atuou no Ministério do Esporte, comandado até 2014 pelo PC do B.
Na Secretaria de Representação Institucional do Maranhão no DF, a adjunta carrega um sobrenome conhecido: Liz Ângela Gonçalves de Melo é irmã do presidente do instituto de terras do Estado.
Ana Karla Silvestre Fernandes, mulher do ex-governador e futuro secretário de Minas e Energia, José Reinaldo Tavares, foi nomeada corregedora-geral do Estado.
Outro parente nomeado, o advogado César Pires Filho, assessor jurídico do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão, tem sangue oposicionista. Seu pai, o deputado estadual César Pires (DEM), foi líder do governo Roseana na Assembleia.
A presença de familiares no governo era uma das principais críticas da oposição nos anos de predomínio do grupo de Sarney. Um dos exemplos mais conhecidos era Ricardo Murad, cunhado de Roseana, que comandou a Secretaria da Saúde até o 2014.
Além de parentes, a gestão Dino terá o antigo sócio de um secretário justamente na pasta de Transparência e Controle, uma das principais promessas de sua campanha.
O titular, Rodrigo Lago, nomeou como chefe da assessoria especial Marcos Canário Caminha, com quem dividia um escritório de advocacia.
Deputado e futuro secretário Domingos Dutra
Deputado e futuro secretário Domingos Dutra
Embora o governo defenda as nomeações (leia texto abaixo), um de seus auxiliares admite “incômodo político”.
“Do ponto de vista jurídico, é evidente que não caracteriza nepotismo. Sob o ponto de vista político, não deixa de ser um certo incômodo, porque afinal de contas a gente vinha se debatendo com o grupo Sarney”, afirma o futuro secretário de Representação Institucional no DF, Domingos Dutra.
OUTRO LADO
O governo do Maranhão disse seguir “rigorosamente” a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal que trata de nepotismo –para o STF, não podem ser nomeados parentes de autoridades ou gestores em um mesmo órgão.
A gestão ressaltou que nenhum nomeado tem parentesco com Flávio Dino.
Afirmou ainda que Joslene Rodrigues, Joslea Rodrigues e Ana Karla Fernandes são funcionárias públicas de carreira e que, assim como César Pires Filho e Liz Ângela Gonçalves de Melo, foram nomeadas por suas aptidões.
Sobre o secretário Rodrigo Lago e Marcos Canário Caminha, diz que eles encerraram a empresa que tinham para entrar na administração.

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